Diabetes é causada por parasitas? Entenda essa fake e se cuide com Fitoterapia!

Você ouviu essa afirmação que a diabetes é causada por vermes? Essa lorota repercurtiu nas redes sociais em 2024! No informativo deste mês, vamos desmentir essa mentira e te mostrar como tratar a Diabetes com Fitoterapia.

Se você já quiser saber quais são os fitoterápicos para Diabetes, clique aqui!

Entra ano, sai ano e sempre circulam mentirinhas sobre saúde nas redes sociais! Uma fake que bombou em 2024 foi a alegação que Diabetes, uma doença metabólica crônica, na verdade seria causada por vermes! Essa notícia falsa vêm repercutindo na internet há mais tempo ainda, com vídeos de 2023 e com desinformações variadas sobre os supostos parasitas que causam Diabetes.

Há quem alegue que a doença é causada por um tipo de parasita específico, o Eurytrema pancreaticum; há quem afirme que os parasitas vêm pelo leite. E todas essas informações sobre a relação entre parasitas e Diabetes não são comprovadas pela Ciência!

As principais entidades da saúde afirmam aquilo que é embasado por evidências científicas: diabetes do tipo 2 não é causada por parasitas, por exemplo vermes. A relação entre diabetes e parasitoses é incoerente com a vasta literatura sobre a doença, assim como as atuais pesquisas em andamento. Entre as entidades que se pronunciaram sobre o tema, estão:

SBD (Sociedade Brasileira de Diabetes)
Abeso (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica)
SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia)
Conselho Federal de Nutrição

Ué, mas e as parasitoses?

Parasitoses existem e são doenças variadas causadas por organismos que precisam de outro ser vivo para sobreviver, trazendo prejuízos à saúde desse hospedeiro. As parasitoses são causadas por vermes, protozoários e artrópodes, como carrapatos, piolhos...

Ou seja, já dá para perceber que as parasitoses são um conjunto amplo de doenças causadas por microorganismos diferentes. As pessoas acabam lembrando mais daquelas causadas por vermes mesmo, por exemplo as lombrigas, as tênias...

E nada de diabetes.

Tenho que tomar vermífugo todo ano?

Não.

Antes de tomar qualquer medicamento para desparasitação, é necessário entender que tipo de parasita se trata — se for comprovada primeiramente a infecção por parasita para começo de conversa. Afinal, certos medicamentos antiparasitários anti-helmínticos podem tratar mais de uma doença, mas nem todos têm ação eficaz para mais de um parasita. Por exemplo, dependendo do medicamento, não adianta tomar algo para lombriga se você tem a temida tênia no seu organismo.

Se você está pensando em vermífugos ou desparasitação preventiva, a OMS e a OPAS recomendam anti-helmínticos apenas uma vez por ano em locais onde o saneamento básico é precário, em que prevalecem infecções por vermes.

Medidas de higiene básica são sempre recomendadas para evitar a infecção de diversas doenças, incluindo parasitoses:

Higiene pessoal, como lavar as mãos sempre ao usar o banheiro e antes das refeições
Limpeza adequada de alimentos
Água filtrada

A automedicação de antiparasitários traz riscos: quando usados em doses ou de formas incorretas, podem ser tóxicos à órgãos como fígado e rins. O uso contínuo e sem necessidade desse tipo de medicamento também pode levar à resistência, o que prejudica um futuro tratamento em caso de necessidade.

O que é Diabetes mellitus?

A Diabetes é uma doença metabólica crônica, ou seja, é uma doença que impacta o corpo em suas reações químicas. No caso da Diabetes, o processo impactado no corpo é a ação e/ou a produção de insulina e é necessário um tratamento contínuo.

Vamos lembrar o que é insulina?

É um hormônio produzido pelo pâncreas, uma glândula que fica atrás do estômago. Esse hormônio metaboliza a glicose (açúcar) no nosso sangue, tornando-a disponível para ser absorvida pelo nosso organismo. Nas células, a glicose é uma fonte de energia para que elas, por sua vez, continuem funcionando bem.

Quando a ação ou a produção dessa insulina é reduzida em nosso corpo, as consequências são sérias: além de sintomas desagradáveis, há a possibilidade de desenvolvimento de neuropatias, problemas vasculares e amputações.

Diabetes não tem cura.

Não há, no momento, fármacos alopáticos ou naturais que possam curar essa doença, independente do tipo de diabetes. Então não vai ser um protocolo de desparasitação ou qualquer outro remédio que vai curar sua diabetes.

Mas há opções de tratamento de Diabetes muito mais avançadas do que no passado, tornando a vida de pacientes muito melhor e mais longeva.

Se parasitas não causam Diabetes, o que causa?

Depende do tipo de Diabetes. Em geral, podemos atribuir o surgimento da Diabetes a causas genéticas, idade e fatores externos, como estilo de vida e alimentação. Mas vale lembrar que Diabetes é uma doença complexa e multifatorial!

Vamos rever os tipos de Diabetes:

Tipo 1 — É raro, autoimune e costuma aparecer já na infância ou adolescência. O próprio corpo não produz muita ou nenhuma insulina no corpo, portanto é necessário tomar doses diárias de insulina para deixar a glicose controlada.
Tipo 2 — Mais comum e aparece na fase adulta. É influenciada por fatores hereditários (por isso, saber do histórico de saúde da sua família é fundamental!), mas a alimentação inadequada, sedentarismo e obesidade são outros fatores importantes. No tipo 2, o corpo pode até produzir a insulina, mas os tecidos do corpo se tornaram resistentes à sua ação. Assim, o organismo é impedido de absorver a glicose.
Gestacional — Como o nome já diz, é a hiperglicemia detectada durante a gestação. Geralmente desaparece após o parto, embora possa retornar anos depois. Detecta-se no pré-natal e leva a cuidados mais específicos com a alimentação durante a gravidez.
Pré-Diabetes — A glicose no sangue atinge níveis elevados, mas a condição ainda não é classificada como Diabetes do tipo 2. Exige muita cautela, pois sem intervenção, pode se tornar Diabetes do tipo 2! Se você já recebeu o diagnóstico de pré-Diabetes, invista em mudanças no estilo de vida e no acompanhamento médico.

E esse Eurytrema pancreaticum é o que?

Esse parasita é frequentemente associado à Diabetes nessas fake news, então é hora de entender melhor sobre ele!

O Eurytrema pancreaticum causa euritrematose em animais de grande porte, como bovinos, caprinos e ovinos. A possibilidade de transmissão a humanos é baixa.

Esse helminto (verme) é mais comum na Ásia e afeta o pâncreas de seus hospedeiros definitivos, mas antes ele passa por hospedeiros intermediários como caramujos, gafanhotos e grilos. É por isso que é mais fácil animais ruminantes se contaminarem, pois se alimentam de pastagens que podem ter as larvas contaminadas de hospedeiros intermediários lá — principalmente se são áreas alagadas.

Quando esse parasita se aloja em seus hospedeiros definitivos, em geral gados, ele impacta o pâncreas e os dutos biliares. Assim, há a inflamação, danos e perda de função pancreática.

É nesse ponto que as fake news associam o verme à Diabetes: uma inflamação tão grave alojada no pâncreas, afetando suas funções, pode afetar a produção de insulina. No entanto, o Eurytrema pancreatium não afeta a produção de insulina de forma específica, sem direcionar seu impacto às Ilhotas de Langerhans (grupo de células no pâncreas responsáveis pela produção de insulina e glucagon). No gado, os sintomas geralmente são:

Apatia
Emagrecimento
Diarreia
Diminuição na produção de leite

O diagnóstico é feito geralmente pela coleta de fezes ou pela análise do corpo dos animais. O tratamento não é tão padronizado, mas se usam remédios e também melhorias nas pastagens.

As chances de um ser humano ser infectado pelo Eurytrema pancreatium, ainda mais no Brasil, são muito baixas. Seria necessário comer as larvas ou os hospedeiros intermediários que os abrigam (caramujos, gafanhotos e grilos). Não há relatos de Diabetes causados por esse verme.

Como tratar Diabetes?

Se você recebeu o diagnóstico de Diabetes, pode ser desafiador para aceitar e entender todas as consequências que isso traz. Primeiro, saiba que não será uma jornada solitária: existem muitas outras pessoas diagnosticadas que podem trocar experiências com você, além de profissionais da saúde que irão te acompanhar.

Confira medidas para o tratamento de Diabetes:

Insulina (Diabetes tipo 1; somente se necessário para outros tipos de Diabetes)
Medicamentos antidiabéticos
Acompanhamento da glicemia
Alimentação balanceada e de pouco açúcar
Acompanhamento de pressão, colesterol e saúde dos rins
Atividades físicas na rotina
Evitar vícios
Manejar estresse

Muita gente se assusta com a possibilidade de usar insulina. Se esse for o seu caso, converse de forma honesta com profissionais da saúde que te atendem para encontrar uma aplicação de insulina à qual você se adapte melhor. Conheça bem os medicamentos que você utiliza e não troque ou suspenda o uso de fármacos sem orientações médicas!

Cuide sempre da sua saúde e desconfie de afirmações exageradas na internet! Não existem apenas alegações surreais de tratamento com plantas e outros métodos alternativos, como também "protocolos" e itens exageradamente caros anunciados juntos. Precisamos conversar sobre falsas expectativas e soluções não comprovadas, com o risco de agravar quadros de saúde, pois sabemos que há pessoas desesperadas por soluções definitivas para seu problema de saúde. Ligue o seu bom-senso enquanto estiver lendo qualquer texto na internet!

Para entender mais, leia nosso informativo "11 Mentiras sobre Fitoterapia: descubra o que é verdade ou fake" clicando aqui.

Produtos naturais para Diabetes

Existem plantas cujos seus componentes são estudados por reduzirem os sintomas de Diabetes e/ou ajudarem a prevenir essa doença. Vamos conferir quais plantas são? Veja a lista abaixo:

Melão de São Caetano — É uma opção muito popular para regular a glicemia devido a uma série de mecanismos: componentes parecidos com a insulina em sua estrutura molecular e que agem de forma semelhante à ela; estímulo a células do pâncreas a produzir mais insulina e aumento da sensibilidade de receptores de insulina nas células. (ver produto)
Pata de Vaca — Além de diminuir o açúcar no sangue, a planta também diminui a glicosúria, que é a presença de açúcar na urina. Esses efeitos podem vir da quercetina e do kampferol em sua composição, mas os mecanismos ainda são estudados. Alerta-se que a ação hipoglicemiante ocorre somente em pessoas diabéticas, portanto pessoas não-diabéticas não sofrerão de hipoglicemia ao consumir Pata de Vaca. (ver produto)
Gimena — A Gimena é conhecida por aumentar a liberação de insulina no corpo, diminuindo consequentemente a taxa de glicose, ou seja, o açúcar. Também pode auxiliar na redução de apetite por sabores doces, o que ajuda bastante a rotina de quem tenta controlar os níveis glicêmicos e gosta de doces. (ver produto)
Jambolão — O Jambolão também auxilia no controle de açúcar no sangue! Há indícios que essa planta aumenta os níveis de insulina no organismo, ou seja, facilita a quebra de açúcar embora os mecanismos de ação do Jambolão ainda não tenham sido completamente elucidados. (ver produto)

Graviola — Além de ser um alimento muito nutritivo e gostoso, a Graviola apresenta benefícios ao controle da Diabetes porque inibe a enzima alfa-glucosidase, portanto os carboidratos são digeridos devagar e as concentrações de glicose diminuem no período após refeições. (ver produto)
Alecrim do Campo — Essa planta apresenta mais de um benefício à saúde, por exemplo no alívio de desconfortos gastrointestinais e gripes. No caso da Diabetes, o Alecrim do Campo apresenta ação hipoglicemiante, pois regula a atividade do pâncreas para aumentar os níveis de insulina. (ver produto)
Carqueja — A Carqueja é uma velha conhecida de muita gente, pois ajuda nos problemas do fígado, vesícula biliar e má digestão. É também usada para controlar os índices glicêmicos em pessoas diabéticas, pois reduz a resistência do nosso organismo à insulina. (ver produto)
Pau Tenente — Trata-se de uma espécie nativa do Brasil e carece de maiores estudos, embora sua ação no controle de Diabetes seja reconhecida na medicina tradicional. Há indícios que o Pau Tenente auxilie a controlar os índices glicêmicos por aumentar a sensibilidade dos tecidos à insulina. (ver produto).

Esperamos que tenha gostado desse informativo tão especial! Este texto foi preparado com muito carinho e esperamos que a leitura tenha sido útil para você se cuidar melhor. Fitoterápicos podem te ajudar, mas não se esqueça de outras medidas para manter a saúde em dia. Procure o apoio de profissionais da área da saúde e cuide-se com muito zelo, sabendo que você também pode contar com o auxílio da Oficina de Ervas!

Em caso de dúvidas, você pode falar com nossos fitoterapeutas, clicando aqui.